quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Texto do meu 1º PPP

O professor se redescobrindo como aprendiz na sua prática docente

A observação foi realizada na Escola Luiz Viana Filho, na cidade de Ibititá observei todas as salas no período vespertino na primeira visita, já na segunda me aprofundei na classe de 1ª série, ela foi fundada da necessidade da comunidade de educar seus moradores, pois foi oficialmente a primeira escola da cidade com recursos do Estado.Percebi que houve muitas mudanças, principalmente a participação da comunidade de diversas formas: através de bingos, festas comemorativas, etc.O primeiro passo que foi feito foi de observar, quando vamos observar com um objetivo específico, nosso olhar passa a ser muito mais refinado, abrindo um leque de pontos a ser estudado. O que me chamou a atenção, não só da escola observada, lógico que foi a partir daí, mas de um ponto de vista geral, foi à prática do professor.
Muitas vezes o professor se dá conta de está falando outra língua com o aluno, tendo ligeira impressão, que, embora esteja cercada de pessoas se sinta sozinho, se preocupando muitas vezes em despejar conteúdos programados pela escola, sem ter noção se esses conteúdos foram aprendidos, criando uma grande barreira entre as partes. Isso acontece quando o professor está passando determinado conteúdo e os alunos estão distraídos em outras coisas e mesmo assim ele permanece “fazendo seu trabalho” Essa relação de professor e aluno deve ser de igual para igual, sem ar de superioridade, mas é claro respectivamente cada um em seu papel. Existem algumas formas de quebrar essas barreiras com a flexibilidade, criatividade e principalmente o saber “escutar” o aluno, em relação a isso Freire diz:
O sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos outro, de cima para baixo, sobretudo como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com ele. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições precise de falar a ele ( 1996, p 113).
E hora de repensar as condutas do educador e se questionar o porquê não está obtendo resultado, Por muito tempo tinha certeza que o professor era o dono do saber, que esse saber era adquirido e pronto, sem muitos questionamentos, sem visão do “ir além”, sendo conhecimentos esses adquiridos através dos cursos convencionais. Um exemplo do professor como dono do saber é quando ele não subtrai nenhum conhecimento vindo do aluno, quando o aluno comenta como foi o seu dia, o que aconteceu no passeio com o seu pai, na Igreja etc., achando que de nada lhe servirá. Mas uma boa formação vai além, embora a lei garanta isso, na LDB no cap. II, art. 7 fala em “... Garantia do padrão de qualidade através da competência e da valorização dos professores da educação, garantindo-lhe condições de trabalho”, sabemos que é muito difícil retirar essas teorias do papel e as colocar em prática . Falando em teorias vale lembrar os educadores que não se devem prender as pesquisas realizadas na área educacional, pois na maioria das vezes essas pesquisas por profissionais que sequer tiveram a oportunidade de está na sala de aula, convenhamos, que seja um pouco difícil falar de algo sem ter tido uma experiência antes, mas ressaltando que todo trabalho humano mesmo o mais simples e o mais previsível exige do trabalhador um saber e um saber fazer. Devem se contrair alguns pontos positivos dessas pesquisas, sem deixar de lado, a singularidade do professor. Fazem-se tantos estudos sobre essa formação confirmando que esses saberes não pudessem ou não devessem ser produzidos pelos professores. Maurício Tardif diz:
É estranho que os professores tenham a missão de formar pessoas e que se reconheça que possuem competências para tal, mas que, ao mesmo tempo, não se reconheça que possuem a competência para atuar em sua própria formação e para controlá-la, pelo menos em parte, isto é, ter o poder e o direito de determinar com outros atores da educação seus conteúdos e formas (2000, p. 240).
Outro ponto marcante quando se fala em formação de professores, e da formação continuada garantida pela LDB nº. 9394/96. Que também não é posta em prática, pelo menos como deveria, ainda está ausentes programas de formação continuada em serviço e quando existem são inadequados, não conseguindo transferir para a sala de aula, com isso gerando falta de interesse na auto-formação, trazendo uma baixa estima considerável. Outro ponto de acentua este quadro de desistimulação é a má remuneração, desvalorizando a profissão, pois por conta disso o professor é obrigado a trabalhar 40 ou até 60 horas, para conseguir um salário descente, não tendo tempo e nem pique para se aperfeiçoamento de sua prática.
Mas felizmente não são só pontos negativos que se destacam sobre esse assunto, existe outra parte desta história por exemplo é a implantação de extensões de universidades em algumas cidades, visando o aperfeiçoamento dos professores já em exercício, como é o caso da rede UNEB 2000 na Bahia, inclusive na cidade da escola observada possui uma extensão desta. Muita coisa precisa ser feita, alem de repensar o sistema de formação inicial e continuada, deve existir um esforço financeiro enorme do Governo para programas nacionais de requalificação dos professores.
Tudo isso de nada adiantará se o educador não tiver amor pelo seu trabalho e pelos educados, pois a tarefa é árdua e precisa de coragem e determinação, porque está em suas mãos a responsabilidade de não apenas letrar mas também de formar cidadãos.Por todas estas questões achei interessante está fazendo essa observação na Escola Luiz Viana Filho na cidade de Ibititá , porque estudei meu ensino fundamental e quando estagiei no curso de magistério, também foi nesta escola.