domingo, 18 de maio de 2008

PPP 3

Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Departamento de Ciências e Tecnologias-DCHT
Campus XVI - Irecê










Lúdico: Perspectiva de transformação nos processos educativos.













Irecê 2008


Suzely Rocha Dourado





Lúdico: Perspectiva de transformação nos processos educativos.






Trabalho solicitado pela professora Cenilza Santos como requisito de avaliação da disciplina de Pesquisa e prática Pedagógica no 3º período.








Irecê 2008.


Problemática:

Podemos considerar várias questões que envolvam a docência nos dias atuais, podendo trazer muitas inquietações acerca desta temática, fica evidente que esta proposta ainda existe muita coisa pra ser discutida, pois os objetivos da docência ficam apenas limitados ao processo de escolarização (leitura e escrita e as operações) esquecendo da importância de valores morais, cívicos. Essas duas questões devem ser trabalhadas de forma igualitária, sendo que tanto o letramento quanto a noções cidadania possui peso equivalente na construção do sujeito.

Sabendo que não existe educação somente na escola é sim em qualquer lugar onde esteja acontecendo o processo de ensino e aprendizagem, como nos grupos sociais, na família, Igreja, com os amigos, dentre outros. Essa aprendizagem fora da escola deveria ser explorada de forma mais profunda, o que geralmente não acontece ou pelo menos não como deveria, não se dão importância aos conhecimentos prévios dos alunos, adquiridos das mais variadas formas. Acontece que esses conhecimentos são desprezados, colocando os propostos pelo currículo no mais alto grau de importância, perdendo muitas oportunidades de enriquecer o trabalho do professor.

O brincar deixou de ser apenas diversão há muito tempo, desde os primeiros estudiosos como Froebel *, que já entediam que o brincar pode também alem de divertir, socializar e levar a criança ao mundo próprio a ser uma ferramenta pedagógica para a aprendizagem.

Outro fator importante a ser detalhado é, que não se pensam no lúdico nas séries do ensino fundamental, dando importância apenas na educação infantil. Um fator primordial é a implantação do lúdico no ensino fundamental, pois o lúdico é uma poderosa arma no processo de aprendizagem escolar, e na construção da subjetividade, embora não se dê tanta atenção a isso, pois existe um descaso ainda muito grande em relação às atividades lúdicas, ou pelo menos pouca ênfase.

* Foi o precursor de uma pedagogia ativa e lúdica para as crianças pequenas
Existem várias temáticas que podem ser desenvolvidas no lúdico como: questões de gênero, domínio de raciocínio, conhecimento do alfabeto, desenvolvimento motor e principalmente a socialização, pois para Vygotsky a relação entre desenvolvimento e aprendizado está totalmente ligada ao papel social. Ele não ignora as funções biológicas do ser humano, mas enfatiza a importância do papel social fornecedora de instrumentos e signos que media à relação indivíduo e
mundo, ou seja, o processo de desenvolvimento humano depende do aprendizado realizado num grupo social. Vale ressaltar que as atividades lúdicas podem ser uma alternativa na inclusão social, pois possibilitam o aluno à interação a troca de experiências e a socialização.


Os resultados de uma aula lúdica são claramente observáveis, pois desperta o desejo de saber, à vontade de participar e a alegria da conquista. Tudo isso estarão impregnado a todos os momentos da aula. Falando nisso, nessa vontade de conquista há controvérsias no desenvolvimento especificamente de jogos na sala de aula, pois se não souber trabalhar com isso desenvolverá a competitividade, e o individualismo, e o aluno não saberá lidar com as derrotas, acarretando traumas e decepções.

Os espaços lúdicos são ao mais variados possíveis, oficialmente são conhecidos como brinquedoteca, mas as atividades lúdicas podem acontecer em qualquer espaço, irá depender da criatividade e imaginação tanto do professor quanto das crianças, desde a chegada na sala de aula, no momento programado para acontecer, a qualquer momento da aula quando julgar necessário, em passeios fora da escola dentre outros.

Na minha concepção, as brincadeiras, jogos e diversões que acontecia nas escolas eram apenas, momentos livres ou menos importante do dia letivo, um descanso para os professores e/ou para os pais. Reforçando esta opinião Santos diz:
O jogo ainda é usado nos espaços menos nobres, em horários livres, no recreio para descansar e logo após para retomar as atividades sérias, exatamente como preconizavam as teorias sobre o jogo no século passado.(2001. pg 16).
As atividades lúdicas podem e devem ter papel fundamental na aprendizagem das crianças, pois o lúdico desenvolve a criatividade e a imaginação, é claro que o professor deverá inserir objetivos pedagógicos nessas atividades, deverá ter planejamento para não sair dos objetivos propostos, pois o professor não pode achar que só porque brincou um dia, ele saberá lidar com essa situação. Mas haverá momentos onde a brincadeira existirá apenas pelo prazer de brincar, Brougère diz “que os brinquedos podem também ser objetos, afetivo e de descoberta, sem se inserir num comportamento lúdico”, porque a criança também precisa disso para compor parte de sua infância, pois isso é fundamental para construção um adulto saudável. (2000. pg 68)


Problema:

A eficácia do lúdico já foi comprovada por muitos teóricos, então o porque de tanta resistência da incorporação do lúdico de forma totalizada nos processos educativos desde a educação infantil ao ensino fundamental, já que o lúdico hoje ainda é pensado como apenas uma parte desse processo.

Objetivos:
Geral:

Compreender a importância que traz a ludicidade em todo o seu contexto para a docência e para a construção do sujeito.

Específicos:

 Promover inquietações à cerca do lúdico para provocar mudanças no desenvolvimento do trabalho docente;
 Conhecer melhor os métodos, as estratégias e as formas de desenvolver o lúdico;
 Divulgar esta temática no sentido de contribuir para a inserção de forma plena nos processos pedagógicos;
 Ampliar conhecimentos.

Referências bibliográficas:

SANTOS, Santa Marli Pires dos (org) A Ludicidade como Ciência. Petrópolis, RJ: Vozes. 2001.

BROUGÈRE, Gilles.Brinquedo e cultura/ Gilles Brougère; revisão técnica e versão brasileira adaptada por Gisela Wajskop.-3.ed.- São Paulo, Cortez,2000.-(coleção Questões da Nossa Época; v.43).

Revista da FAEEBA/ Universidade do Estado da Bahia ,Departamento de Educação l – ano 1,nº 1 (jan/jun.,1992) –Salvador : UNEB, 1992.

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